Após a reunião de ontem do Federal Reserve, que manteve sua taxa de referência inalterada, os mercados reagiram com pouca intensidade. Os principais índices de ações seguiram dentro de suas faixas atuais, e o Bitcoin evitou oscilações bruscas, mantendo-se estável e traçando um caminho em direção a novos picos.
Na quarta-feira, 18 de junho, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) votou por unanimidade pela manutenção da meta da taxa de juros dos fundos federais na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, conforme amplamente esperado. A reação dos mercados foi moderada, sem volatilidade significativa.
O FOMC também divulgou previsões macroeconômicas atualizadas. Notavelmente, a projeção mediana do "dot plot" para a trajetória das taxas de juros permaneceu inalterada. O comitê agora prevê uma taxa básica de 3,875% até o final de 2025, o que representa uma redução de 50 pontos-base em relação aos níveis atuais. Além disso, a declaração oficial do Fed removeu as referências anteriores ao aumento dos riscos de desemprego e inflação.
Pela primeira vez desde o início da guerra comercial instaurada pelo presidente Donald Trump, as projeções macroeconômicas atualizadas do Fed apontam para uma inflação de 3% nos EUA até o final de 2025, acima da estimativa anterior de março, que era de 2,7%. A taxa de desemprego deve alcançar 4,5%, um leve aumento em relação às projeções anteriores.
O Bitcoin atingirá US$ 205.000 até o final de 2025?
O otimismo segue forte entre investidores e analistas do setor de criptomoedas. A decisão mais recente do Fed teve impacto limitado sobre os ativos digitais. Desde 11 de junho, o Bitcoin passou por uma leve correção, recuando de US$ 111.000 para cerca de US$ 104.000. As tensões geopolíticas no Oriente Médio exerceram alguma pressão sobre o BTC, mas muitos analistas acreditam que sua trajetória de alta no longo prazo permanece intacta.
Nesta quinta-feira, 19 de junho, o Bitcoin abriu o pregão em movimento lateral, sendo negociado próximo de US$ 104.820. A mínima nas últimas 24 horas foi de US$ 103.602, enquanto a máxima atingiu US$ 105.581.
De acordo com Carmelo Aleman, entusiasta de criptomoedas e analista da CryptoQuant Quicktake, os traders devem acompanhar de perto a tendência percentual anual do Bitcoin. Esse indicador, que mede o desempenho anual do BTC desde 2011, aponta para um forte potencial de crescimento até o final de 2025. Ele reflete um padrão recorrente: três anos de alta seguidos por um ano de consolidação.
Essa dinâmica está fortemente alinhada ao ciclo de halving de quatro anos do Bitcoin e auxilia os investidores na identificação de fases de mercado de longo prazo, filtrando a volatilidade de curto prazo.
"A tendência percentual anual ajuda a eliminar o ruído diário do mercado e destaca a natureza cíclica do Bitcoin. Além dos movimentos de curto prazo, o BTC segue um ritmo estrutural com uma consistência notável: três anos de ganhos seguidos por um ano de compressão", explica Aleman.
Se o BTC mantiver seu comportamento histórico durante o terceiro ano de um ciclo de alta, Aleman projeta um ganho de 120% em 2025. Isso representaria uma valorização do nível atual, em torno de US$ 93.226, para impressionantes US$ 205.097 — o que poderia se tornar o pico do Bitcoin no próximo ano.
"Se esse padrão se confirmar, 2025 marcaria o terceiro ano consecutivo de ganhos e a conclusão de mais um ciclo de alta completo", acrescenta Aleman.
Esse cenário sugere que o BTC está atualmente na fase final de seu ciclo vigente, oferecendo aos investidores um tempo limitado para ajustar suas estratégias de acordo com essa trajetória de crescimento. Essa previsão também é sustentada por outras métricas cíclicas, como o limite realizado, que pode em breve atingir novos recordes históricos.
Os indicadores técnicos sustentam a tendência de alta do Bitcoin
Além da tendência percentual anual, os indicadores técnicos também reforçam as perspectivas de crescimento contínuo do Bitcoin. Tanto os influxos institucionais quanto os de varejo nas bolsas recuaram para mínimos cíclicos, o que, segundo especialistas, indica uma postura de paciência dos investidores e a expectativa de preços mais altos no futuro.
A cautela observada entre os participantes do mercado parece justificada. O cenário global permanece incerto, mesmo que alguns desdobramentos — como a decisão de juros do Fed — já fossem amplamente antecipados. Atualmente, o Bitcoin se consolida entre o suporte-chave de US$ 102.000 e a resistência próxima à sua máxima histórica de US$ 111.000.
"Esse movimento lateral costuma preceder uma ruptura volátil em qualquer direção", alertam os analistas.
A geopolítica também adiciona uma camada extra de incerteza, especialmente em meio aos conflitos militares em andamento. No entanto, apesar desse ambiente turbulento, muitos investidores seguem confiantes de que o Bitcoin ainda tem espaço para se valorizar, especialmente se seu ciclo estrutural continuar se desenrolando conforme os padrões históricos.