O padrão de ondas para o GBP/USD continua sinalizando a formação de uma estrutura de impulso de alta. O cenário das ondas se assemelha bastante ao do EUR/USD, já que o dólar segue sendo o principal motor dos movimentos no mercado como um todo. O interesse dos investidores pelo dólar tem diminuído de forma consistente em diversos mercados, o que gera dinâmicas semelhantes em diversos pares. A onda 2, dentro da tendência de alta, se formou em um único movimento. Na suposta onda 3, já teríamos as sub-ondas 1, 2, 3, 4 e, possivelmente, 5 concluídas. Isso sugere que a sequência atual de ondas parece estar chegando ao fim, com o par entrando agora numa fase de correção.
É importante lembrar que grande parte dos movimentos recentes no mercado de divisas está sendo impulsionada pelas políticas do presidente Donald Trump, sobretudo no comércio internacional. Ainda que algumas notícias positivas surjam dos Estados Unidos, o mercado permanece cauteloso diante das incertezas econômicas, das decisões e declarações contraditórias de Trump e de sua postura mais hostil e protecionista. Como consequência, o dólar encontra dificuldade até mesmo para converter dados favoráveis em aumento consistente de demanda.
Nas últimas oito sessões de negociação, o par GBP/USD acumulou uma queda de cerca de 170 pontos-base. Curiosamente, o mercado parece estar ignorando os novos anúncios tarifários de Trump. Mas por que essa aparente indiferença? Essa é, talvez, a pergunta mais interessante e relevante do momento. A situação da libra — e não apenas dela — se tornou mais complexa e incerta justamente por causa da maneira como o mercado está interpretando as notícias mais recentes. Vale lembrar que, na semana passada, os relatórios sobre emprego, desemprego, atividade econômica e vagas de trabalho nos EUA apresentaram números bastante sólidos, o que, em tese, poderia ter sustentado maior demanda pelo dólar. No entanto, a maioria desses dados só gerou um movimento moderado de compras na moeda americana.
Nesta semana, estamos observando quase o cenário oposto. Apesar da falta de dados econômicos relevantes e dos anúncios diários de novas tarifas feitos por Trump, o dólar tem se valorizado. Por que isso está acontecendo? Será que o mercado já precificou o pior cenário possível da guerra comercial e não vê mais motivo para continuar vendendo o dólar? Ou estaríamos apenas diante de uma pausa temporária — a calmaria antes de uma nova onda de volatilidade? Eu tendo a acreditar mais nessa segunda hipótese. O padrão de ondas ainda aponta para uma tendência de alta que está longe de estar esgotada. O fluxo constante de notícias negativas vindas dos EUA tem pressionado o dólar há quase seis meses. Naturalmente, o par não pode subir indefinidamente sem passar por fases corretivas. Com a estrutura de cinco ondas aparentemente concluída, é bastante provável que vejamos agora um movimento de correção.
Diante deste cenário, acredito que a pressão sobre o dólar americano ainda não chegou ao fim. Na verdade, pode persistir até o final de 2025, já que não há sinais concretos de solução para a guerra comercial, e até se estender em 2026, considerando que Jerome Powell deixará o cargo no próximo ano e Donald Trump, muito provavelmente, deverá nomear um novo presidente para o Fed alinhado à sua visão econômica. Assim, sigo sem ver perspectivas sólidas para uma recuperação consistente do dólar no curto prazo.
Conclusões gerais
O padrão de ondas para o GBP/USD continua intacto, indicando que ainda estamos em uma fase de impulso ascendente na tendência. Sob a influência das políticas de Donald Trump, os mercados podem enfrentar mais choques e reversões, o que pode impactar significativamente essa estrutura. No entanto, por enquanto, o cenário permanece válido. O próximo alvo para essa tendência de alta está próximo do nível 1,4017, que corresponde à extensão de Fibonacci de 261,8% da onda global 2. Atualmente, parece estar se formando uma sequência corretiva, que, na teoria clássica, é composta por três ondas, embora na prática essa correção possa ser mais breve.
Princípios fundamentais da minha análise:
- As estruturas de ondas devem ser simples e claras. Padrões complexos são difíceis de negociar e frequentemente sujeitos a mudanças.
- Se estiver inseguro sobre a situação do mercado, o melhor é ficar fora.
- Não existe garantia de 100% sobre a direção do mercado; por isso, use sempre ordens de stop loss para proteção.
- A análise de ondas pode e deve ser combinada com outros tipos de análise e estratégias de negociação.