A estrutura de ondas continua "baixista", por mais paradoxal que isso pareça após duas semanas de crescimento. A última onda de baixa rompeu o fundo de todas as anteriores, enquanto a última onda de alta não conseguiu superar o topo precedente. O pano de fundo noticioso teve papel decisivo na configuração desses movimentos recentes. Na minha avaliação, esse mesmo cenário já favorece os compradores, de modo que a tendência pode em breve voltar a ser de alta. Nos próximos dias, é possível a formação de uma nova onda de baixa, que provavelmente terá caráter apenas corretivo.

Na terça-feira, novamente não houve notícias relevantes, mas nesta manhã o Reino Unido divulgou seu relatório de inflação. Como a maioria dos traders esperava, o índice de preços ao consumidor subiu de 3,6% para 3,8%, enquanto a inflação subjacente também acelerou para 3,8%. Assim, a inflação já mais que dobrou ao longo do último ano, mesmo após o acordo comercial firmado entre o Reino Unido e os EUA há dois meses. As tarifas impostas por Donald Trump continuam em vigor e seguem pressionando os preços, apesar do acordo. O próprio Reino Unido, primeiro país a chegar a um entendimento com Washington, é prova disso.

As projeções, portanto, são pouco animadoras: a inflação tende a seguir em alta no cenário global. É improvável que os bancos centrais, com exceção do Fed, cogitem reduzir juros no curto prazo. Isso vale em especial para o Banco da Inglaterra, que já cortou sua taxa três vezes neste ano.

No gráfico de 4 horas, o par virou a favor do dólar após uma divergência "baixa" formada no indicador CCI, enquanto uma divergência de "alta" no mesmo indicador não permitiu que o crescimento fosse retomado. No momento, os movimentos do mercado estão fracos, então é melhor focar no gráfico horário.

Relatório de Compromissos dos Traders (COT):

O sentimento da categoria "Não-comercial" de traders, na última semana de relatório, tornou-se mais baixista. O número de posições de compras mantidas por especuladores aumentou em 8.101, enquanto o de posições de vendas cresceu em 13.891. No entanto, a forte queda no interesse pela libra, segundo os relatórios COT, não reflete totalmente a situação real de mercado, já que o interesse pelo dólar também vem diminuindo. Atualmente, a diferença entre o número de posições de compras e vendas é de 74.000 contra 113.000. Ainda assim, a libra segue em alta.

Na minha avaliação, porém, a moeda britânica ainda enfrenta riscos de queda. O fluxo de notícias para o dólar americano, que foi desastroso nos seis primeiros meses do ano, começa lentamente a se tornar mais favorável. As tensões comerciais estão diminuindo, acordos importantes estão sendo firmados e a economia dos EUA deve se recuperar no segundo trimestre, impulsionada pelas tarifas e por diferentes tipos de investimentos domésticos. Ao mesmo tempo, as perspectivas de afrouxamento da política monetária do Fed no segundo semestre podem exercer pressão significativa sobre o dólar.

Calendário de notícias para os EUA e o Reino Unido:

Reino Unido – Índice de Preços ao Consumidor (06:00 UTC).

Em 20 de agosto, o calendário econômico contém uma divulgação bastante importante. O contexto das notícias afetará o sentimento do mercado na quarta-feira, mas apenas pela manhã.

Previsão para o GBP/USD e recomendação para traders

As vendas do par foram realizadas em uma recuperação até 1,3586 no gráfico horário, com alvo em 1,3482, já alcançado. Novas posições de venda serão possíveis se o par fechar abaixo de 1,3482, com meta entre 1,3416 e 1,3425. Para compras, é necessário que o par se consolide acima de 1,3482, abrindo caminho para o alvo em 1,3586.

A grade de Fibonacci foi construída entre 1,3586 e 1,3139 no gráfico horário, e entre 1,3431 e 1,2104 no gráfico de 4 horas.