De acordo com o relatório, a inflação no Reino Unido aumentou pelo segundo mês consecutivo em julho, elevando a pressão sobre o Banco da Inglaterra para reconsiderar o ritmo de seus cortes de juros.
Dados divulgados na quarta-feira pelo Escritório Nacional de Estatísticas mostraram que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 3,8% em termos anuais em julho, após 3,6% em junho. A expectativa dos economistas era de que a inflação permanecesse em 3,6%.
A alta da inflação intensificou a pressão sobre o Banco da Inglaterra, forçando-o a reavaliar o ritmo dos cortes de juros. A instituição projeta que a inflação só retornará à meta de 2% no próximo ano, mas o aumento registrado em julho elevou a probabilidade de que seja necessário manter uma postura mais cautelosa em relação às taxas.
A aceleração atual representa o ritmo mais rápido desde janeiro de 2024. Segundo o relatório, a alta foi impulsionada pelos preços de passagens aéreas, hospedagem e combustíveis. A inflação no setor de serviços, indicador amplamente acompanhado das pressões subjacentes sobre os preços, subiu para 5%, acima da projeção do Banco de 4,9%.
Os dados também mostram que as empresas estão repassando aos consumidores os custos adicionais decorrentes dos aumentos de impostos e do salário mínimo, introduzidos em abril pela Chanceler do Tesouro, Rachel Reeves. Embora compreensível do ponto de vista empresarial, essa estratégia levanta preocupações sobre a sustentabilidade da demanda das famílias, principal motor do crescimento econômico. O efeito é claro: preços mais altos em diversos bens e serviços, maior pressão sobre os lares — especialmente os já fragilizados — e risco de retração nos gastos, com impactos negativos sobre o varejo e outros setores.
Outro ponto de atenção é que os aumentos de preços, associados às mudanças tributárias e à elevação do salário mínimo, podem elevar as expectativas de inflação. Caso os consumidores passem a antecipar novas altas, a tendência será pressionar por reajustes salariais, o que pode levar as empresas a aumentar preços novamente, alimentando um ciclo inflacionário.
A inflação dos alimentos também acelerou, alcançando 4,9% frente a 4,5% no mês anterior, seu nível mais alto desde fevereiro de 2024.
Nesse cenário, os traders reduziram as apostas em cortes de juros futuros. Após a decisão de 7 de agosto, em que o Banco da Inglaterra reduziu os custos de crédito em menos do que o esperado, alguns formuladores de política alertaram para efeitos secundários sobre salários e preços, diante da tentativa das famílias de recuperar o poder de compra perdido.
Dados subsequentes mostrando resiliência da economia e do mercado de trabalho apenas intensificaram as preocupações. Na terça-feira, os traders atribuíram apenas uma chance em três de corte em novembro e cerca de 50% de probabilidade até o final do ano.
Esses números também representam um revés para Rachel Reeves e o primeiro-ministro Keir Starmer, que chegaram ao poder prometendo elevar o padrão de vida dos trabalhadores. Em vez disso, a recuperação da renda real perde força, pressionada pela combinação de inflação persistente e desaquecimento do mercado de trabalho, enquanto críticos apontam o orçamento de outubro, marcado por aumentos de impostos, como causa central dos dois problemas.
Perspectiva Técnica para GBP/USD
Para os compradores da libra, a resistência mais próxima está em 1,3530. Apenas uma quebra acima desse nível abriria caminho para 1,3560, embora ganhos adicionais provavelmente sejam difíceis. O próximo alvo está em 1,3590. No lado negativo, os vendedores tentarão retomar o nível de 1,3480. Se conseguirem, uma quebra dessa faixa representará um golpe sério para as posições de compras e poderá levar o GBP/USD para 1,3445, com perspectivas de alcançar 1,3405.
Perspectiva Técnica para EUR/USD
Os compradores precisam retomar o nível de 1,1670 para visar um teste em 1,1700. A partir daí, o par poderia avançar em direção a 1,1730, embora atingir esse patamar sem forte apoio dos grandes players seja um desafio. O alvo mais distante está na máxima de 1,1768. Por outro lado, apenas próximo de 1,1625 espero uma atuação significativa dos grandes compradores. Se não houver presença deles, será preferível aguardar um novo teste da mínima em 1,1600 ou considerar a abertura de posições de compras a partir de 1,1565.