Apesar de cada vez mais autoridades do BCE defenderem uma abordagem restritiva para as taxas de juros, o euro não está se beneficiando disso.

Em entrevista, o membro do Conselho do Banco Central Europeu, Jose Luis Escriva, afirmou que, no momento, os formuladores de política monetária não estão inclinados a cortar as taxas de juros e que poderiam, inclusive, aumentá-las.

De acordo com Escriva, a atual situação econômica na zona do euro ainda é marcada por incertezas e, embora a pressão inflacionária mostre sinais de alívio, ela continua significativa. Nessas condições, em sua visão, um corte nas taxas de juros poderia ser prematuro e arriscado, potencialmente desencadeando uma nova onda inflacionária. O argumento de Escriva em favor de uma possível alta de juros soa ainda mais radical. Ele relaciona essa hipótese à necessidade de conter ainda mais as expectativas de inflação e proteger o poder de compra do euro. Essa postura firme busca demonstrar claramente o compromisso do BCE com seu objetivo primordial: manter a estabilidade de preços.

O presidente do Banco da Espanha enfatizou que a atual postura do BCE não descarta movimentos nem para cima nem para baixo. "Total opcionalidade significa total opcionalidade, não redução", afirmou Escriva. "O Conselho concluiu que tudo está equilibrado, e nós nos reunimos para tomar decisões a cada encontro. E não vejo, em nenhuma declaração do BCE, qualquer indício de que um corte seja mais provável do que um movimento na direção oposta."

A expectativa é de que o Banco Central Europeu mantenha as taxas de empréstimo inalteradas em sua próxima reunião, no dia 30 de outubro. O economista-chefe do BCE, Philip Lane, observou nesta semana que, embora não veja necessidade de agir no momento, as opções à disposição dos formuladores de política são manter a pausa ou considerar um corte.

O governador do Banco da França, François Villeroy de Galhau, ressaltou que a possibilidade de novos cortes não pode ser descartada, enquanto seu colega finlandês, Olli Rehn, afirmou em um podcast que "a situação atual é boa", mas que "os riscos de baixa para a inflação são visíveis".

Apesar de os dirigentes do BCE projetarem, de modo geral, uma inflação próxima da meta de 2%, os dados mais recentes vieram acima do esperado, atingindo 2,2% — o maior nível em cinco meses.

Perspectiva técnica para o EUR/USD

Atualmente, os compradores precisam concentrar esforços em recuperar o nível de 1,1590. Somente isso permitirá testar a região de 1,1630. A partir daí, pode ser possível avançar em direção a 1,1660, embora isso seja difícil sem o suporte de grandes players. O alvo mais distante seria a máxima em 1,1690. Em caso de queda, espera-se atividade relevante de compradores institucionais apenas em torno de 1,1570. Se ninguém entrar nesse nível, será melhor aguardar um novo teste da mínima em 1,1540 ou considerar posições de compra a partir de 1,1500.

Perspectiva técnica para o GBP/USD

Os compradores da libra precisam romper a resistência mais próxima em 1,3310. Só então o par poderá mirar 1,3340, acima do qual novos avanços serão bastante desafiadores. O alvo mais distante seria o nível de 1,3635. Em caso de queda, os vendedores tentarão retomar o controle em 1,3280. Se forem bem-sucedidos, o rompimento dessa faixa causará um sério golpe nas posições compradoras e poderá empurrar o GBP/USD em direção à mínima de 1,3350, com perspectiva de atingir 1,3215.