Além da reunião do FOMC, há outro evento interessante — "com um detalhe" — nesta semana. Por que "com um detalhe"? Como mencionei na minha análise anterior, o Fed tem 99% de probabilidade de tomar a decisão mais óbvia, aquela que o mercado vem antecipando durante todo o mês de outubro. Jerome Powell provavelmente limitará seus comentários na coletiva de imprensa a observações padrão e frases cuidadosamente medidas. Pessoalmente, não espero declarações impactantes nem reviravoltas inesperadas.
A situação do Banco Central Europeu (BCE) é semelhante. Durante um ano inteiro, o BCE vinha afrouxando a política monetária em todas as reuniões — mas os tempos mudaram. A inflação se estabilizou em torno da meta, o que torna desnecessário um novo estímulo monetário no momento.
Isso indica que o BCE deve manter inalteradas as três taxas de juros na próxima quinta-feira. O que Christine Lagarde pode anunciar na coletiva? É simples: ela provavelmente dirá que, em caso de nova desaceleração da inflação na UE, o BCE está preparado para realizar uma ou duas rodadas adicionais de afrouxamento. Por outro lado, se a inflação voltar a subir e se afastar do patamar de 2%, o banco também estará pronto para retomar o aperto monetário — mas isso dificilmente ocorreria antes do próximo ano.
Em outras palavras, o BCE reagirá aos dados econômicos da mesma forma que o Fed costuma fazer. A diferença é que, enquanto o Fed tem apenas um caminho — o do afrouxamento —, o BCE mantém um "ramo de possibilidades", podendo ajustar sua política em qualquer direção conforme os indicadores evoluam.
Como as futuras decisões do BCE dependem diretamente do comportamento da inflação, seria imprudente deixar de reavaliar esse indicador. Desde maio deste ano, o índice de preços ao consumidor na zona do euro vem apresentando uma leve alta: em maio, estava em 1,9%, e em setembro alcançou 2,2%. Essa aceleração é bastante gradual e, portanto, não desperta sinais de alerta. É importante lembrar que a inflação não pode permanecer estável mês após mês — ela tende a oscilar, como qualquer outro indicador econômico.
Assim, enquanto a inflação se mantiver abaixo de 2,5%, não há motivo para preocupação. Caso ultrapasse esse patamar — o que pode ocorrer no próximo ano —, o BCE poderá considerar ajustar sua política monetária. Ainda assim, qualquer mudança significativa não deve ocorrer no curto prazo.
Panorama da onda para o EUR/USD:
Com base na análise do EUR/USD, concluo que o par continua formando uma seção de tendência de alta. No momento, o mercado encontra-se em pausa, mas as políticas de Donald Trump e as decisões do Federal Reserve continuam sendo fatores importantes por trás da fraqueza do dólar americano. Os alvos para a seção atual da tendência podem alcançar a região de 1,25. Atualmente, observa-se a formação da onda corretiva 4, que se mostra complexa e alongada. Por esse motivo, continuo a considerar apenas posições de compra no curto prazo. Até o final do ano, espero que o euro avance até 1,2245, nível correspondente à expansão de 200,0% na escala de Fibonacci.
Panorama da onda para o GBP/USD:
A configuração de ondas do GBP/USD passou por alterações. O par ainda se encontra em uma seção de tendência de alta e impulsiva, mas sua estrutura interna de ondas está se tornando mais complexa. A onda 4 está assumindo uma formação de três ondas, e sua estrutura mostra-se mais longa e detalhada do que a da onda 2. Uma nova estrutura corretiva descendente aproxima-se da conclusão, embora possa se prolongar ainda mais antes de finalizar. Se esse cenário se confirmar, a movimentação altista dentro da estrutura global de ondas pode ser retomada, com alvos iniciais em torno das figuras 1,38 e 1,40. No entanto, a correção ainda está em andamento neste momento, exigindo cautela por parte dos compradores.
Princípios fundamentais da minha análise:
- As estruturas das ondas devem ser simples e compreensíveis. Estruturas complexas são difíceis de interpretar e muitas vezes trazem mudanças.
- Se não houver confiança no que está acontecendo no mercado, é melhor não entrar nele.
- Nunca há 100% de certeza na direção do movimento. Não se esqueça das ordens de stop loss de proteção.
- A análise de ondas pode ser combinada com outros tipos de análise e estratégias de negociação.